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Amores e desamores
Mito. Afirma-se, com frequência que um dos requisitos para
uma relação duradoura está relacionado com o individuo gostar de si próprio o
suficiente, (e em primeiro lugar) e só assim consegue relacionar-se com o
outro. O amor que temos por nós próprios (indivíduos) é diferente do amor que
nutrimos pelo outro (relação romântica). Quando selecionamos determinada pessoa
(especial) entra em jogo um conjunto de energias poderosas e em muitos casos
incontroláveis, designadas de vinculação. A evolução humana revelou existir
imensa vantagem para a sobrevivência uma coexistência entre indivíduos
(vinculação de intimidade, de interesse, de confiança, proteção) a fim de se
protegerem, preocuparem um com o outro/a (ele ou ela é parte de mim), aquilo
que designamos de intimidade, pertença, coesão, vulnerabilidade, confiança,
cumplicidade. Não sejamos naïfs, a evolução também contemplou (e continuamos o
processo) com aqueles indivíduos que tinham outros interesses completamente
antagónicos, refiro-me ao amor/intimidade.
«Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do
mal.» Friedrich Nietzsche
Mito relação romântica - «O amor vence tudo» Evocamos o amor
para justificar algumas crenças, atitudes e comportamentos disfuncionais para o
relacionamento romântico. Crescemos, com a ideia de que o amor vence tudo,
nesse sentido, evocamos a ilusão para o amor vencer. Na prática não resulta,
pode servir de justificação para o desamor.
Recuperação dos comportamentos adictivos de longa duração.
Seres sociais. Falar sobre o amor, num contexto social entre família, com o/a
filho/a, amigos, colegas de trabalho, numa reunião, com um estranho no comboio,
etc, significa que estamos honestamente a partilhar ideias, conceitos,
reflexões, expressar sentimentos que realmente importam, no que aos vínculos de
intimidade e vulnerabilidade, diz respeito. Falar sobre o amor ou o desamor,
honestamente, é falar da "cola" que permite ao amor expandir
valores/princípios, criar sinergias, reforçar vínculos e raízes, largar a zona
de conforto e explorar o universo imaterial do outro e vice-versa. Falar sobre
o amor e a vulnerabilidade, não é conversa lamecha, é conversa de pessoas
adultas e integras. Se não falarmos sobre o amor estaremos a privar de
participar em áreas tão significativas como a liberdade, a vulnerabilidade, a
confiança, a família, a espiritualidade. Conversar sobre o amor é explorar
vinculações (sistemas) complexas, profundas na psique (individuo) e nas
relações com os outros. Conversar sobre o amor deparamo-nos com mitos sobre o
amor, a paixão (obsessão/sofrimento), efeito químico de sensações intensas e
prazerosas associadas ao sexo. Confrontamo-nos com o dilema: é sexo/química ou
amor? É paixão (obsessão) ou amor? Qual é a relação entre o amor e o sexo? Durante um período da vida, precisamos do amor
para desenvolver e prosperar, como de oxigénio para respirar. Esse período
extremamente marcante desenrolou-se após o nascimento e durante a infância.
«Lutar pelo amor é bom, mas alcança-lo sem luta é melhor.»
William Shakespeare, “Noite dos Reis”
Está em recuperação dos comportamentos adictivos?
Sabia que
a adicção pode estar associada ao sexo (sexo compulsivo)? Sabia que a adicção
ativa, no individuo, interfere nas competências e capacidades para amar? Qual é
a sua definição de amor? Considera que a sua definição de amor funciona? Já
alguma vez foi “obrigado/a” a rever e a alterar algumas ideias, crenças sobre o
amor? Considera que tem dúvidas em distinguir a paixão (obsessão) e o amor,
isto é, na maior parte das vezes a paixão (obsessão) é sinónimo de relação de
intimidade de curta duração (é humanamente impraticável estar demasiado tempo
sob o efeito da obsessão/sofrimento)? Está numa relação duradoura e é feliz, se
a resposta é sim, quais são os fatores que contribuem para manutenção e duração
da relação?