domingo, maio 22, 2011

Projecto “O Jogo Patológico – Um Problema Social” pelos Alunos Esc. de Vila Nova de Cerveira






O jogo patológico não é uma doença, mas sim um divertimento – esta é a maneira como o Estado português trata este cancro que cada vez mais se entranha na nossa sociedade, galopando especialmente com o crescimento dos Casinos Online. 

Contra esta posição legal, o nosso grupo de área de projecto decidiu contrariar esta tendência e lutar por informar e prevenir os alunos da escola de Cerveira com a uma simulação de jogos de Casino. 

Durante uma semana, quatro jogos de “fortuna ou azar” tradicionalmente jogados nos grandes casinos foram colocados ao dispor do público do secundário da nossa escola. Foi atribuída uma carteira de 500 euros virtuais, por jogador, que poderiam ser gastos nos quatro jogos disponíveis. O grupo agiu como banca, numa actividade que tem como conclusão demonstrar, matematicamente, como os jogadores perdem, e psicologicamente, como estes são facilmente cativados pelo vício. 

terça-feira, maio 17, 2011

Renasci



Posso dizer que nasci duas vezes; ao que parece, todos os nascimentos são dolorosos, e comigo também foi assim.

Dizem que chorei imenso quando a minha Mãe me deu á luz; afinal, era um mundo inteiramente novo e diferente daquele a que estava habituado, no quentinho protegido de uma barriga.

Desse nascimento não me lembro de nada, mas recordo com o passar dos anos fui crescendo numa infância feliz, aonde tive tudo o que era preciso para me tornar num adolescente saudável, de bem com a vida e equilibrado. Ao invés de me adaptar e integrar no mundo que se me abria e que ia descobrindo, fui crescendo (ou hibernando), cada vez mais fechado em mim próprio sem nunca saber como lidar com todas as contrariedades e dificuldades que eram/são comuns e normais a tantos e tantos jovens.

Descobri as drogas, aparentemente, por acaso, devia ter uns 13 ou 14 anos quando dei as primeiras passas num charro incitado por um novo grupo de amigos, que de vez em quando também o fazia. Rapidamente, percebi que sob o efeito do haxixe, todas as preocupações, frustrações ou dificuldades que pudesse ter, deixavam de existir como que por magia; curtir era a palavra de ordem, e curtir estava sempre associado às drogas; sem perceber que estava a entrar num processo auto-destrutivo, passei a encarar a vida sem qualquer sentido de responsabilidade e a única forma de o fazer era estar permanentemente anestesiado sob o efeito de drogas, na gíria, de cabeça cheia.

domingo, maio 15, 2011

Relacionamento de Intimidade



“Não me interessa qual o teu modo de vida. Quero saber o que anseias, e se ousas sonhar os desejos do teu coração.

Não me interessa saber que idade tens. Quero saber se arriscas procurar que nem um louco o amor, os sonhos, a aventura de estar vivo.

Não me interessa saber quais os planetas que estão em quadratura com a tua lua. Quero saber se tocaste o centro da tua própria dor, se estiveste aberto às traições da vida ou se te encolheste e te fechaste com medo de outros sofrimentos! Quero saber se consegues sentar-te com a dor, a minha ou a tua, sem te mexeres para a esconder, disfarçar ou compor. Quero saber se consegues viver a alegria, a minha ou a tua; se consegues dançar com loucura e deixar que o êxtase te encha até às pontas dos pés e das mãos sem nos advertires para termos cuidado, sermos realistas ou nos relembrares as limitações do ser humano.

Não me interessa se a história que me contas é verdadeira. Quero saber se consegues desapontar o outro para seres verdadeiro contigo mesmo; se consegues suportar a acusação de traição e não atraiçoares a tua própria alma. Quero saber se consegues ser fiel e, por isso digno de confiança. Quero saber se consegues ver  beleza mesmo num dia não muito bonito, e se consegues alimentar a tua vida da presença de Deus. Quero saber se consegues viver com o erro, o teu e o meu, e mesmo assim ficar de pé à beira de um lago e gritar à Lua prateada, “Sim!”.

quarta-feira, maio 04, 2011

A Dor crónica, a Culpa e a Adicção: Uma triangulação indesejada






Na maioria dos casos, quando uma família ou relacionamento de intimidade romântico (casal/parceiros) é afectado, pelas consequências negativas da Adicção activa, sejam substancias psicoactivas licitas, incluindo o álcool, e/ou ilícitas, jogo, sexo, distúrbio alimentar, shoplifting, codependência, ocorrem dinâmicas (atitudes e comportamentos) disfuncionais, entre os seus membros, que afectam o equilibro da relação, dos limites, dos papeis e dos afectos. Todos, sem excepção, são afectados pela dor aguda e adoptam uma postura defensiva no relacionamento uns aos outros, por ex. através da culpa. Procura-se um culpado pelo problema. Por ex. alguém na hierarquia família é culpado. Um mais do que outro, alguém tem de ser culpado e “castigado” pela causa do problema e pelas suas consequências. É perfeitamente legítima esta turbulência.


Sabemos que a dor é comum a todos os seres vivos. É um mecanismo de sobrevivência. Funciona como um sistema de alerta que é accionado quando algo está errado e possa comprometer a integridade física e/ou emocional. Se não sentíssemos dor não estaríamos vivos. Podemos classificar a dor em duas categorias 1. Dor Aguda é consequência do trauma, do ferimento, do insulto e pode ser reciclada, de duração limitada, através de um efeito curativo e transformador de competências (experiencia empírica). Aprende-se com isso, a vida continua 2. Dor Crónica persiste no tempo para além do fortuito produzindo sofrimento frequentemente intolerável capaz de assumir diversos tipo de manifestações físicas e/ou psicológicas. A Dor Crónica compromete seriamente a qualidade de vida.