Boa tarde
João.
Vi o seu
artigo no blog: https://recuperardasdependencias.blogs.sapo.pt/70656.html
Achei muito
interessante e agradeço. Tenho efetivamente um problema de vicio de compras, no
meu caso de tecnologia / computadores, associado a quando estou em estado mais
ansioso ou aborrecido com o meu trabalho (sou arquiteto, mas adoro desenhar
livros para crianças e de tocar no meu sintetizador).
Ou
simplesmente compro quando não tenho nada que fazer e aparece "aquele
pensamento" de "o que poderia comprar agora para completar o meu setup?",
por exemplo. Ou seja, não vale a pena dourar a pilula com justificações: é um
problema de adição e ponto final.
Já fiz
psicoterapia durante quase 1 ano, até ao ponto em que a minha psicóloga, depois
de 1 ano de sessões em que me aconselhou diversas estratégias de comportamento
/ atividades que eu não seguia, me convidou educadamente a terminar as sessões,
pois afinal eu não as estava a aproveitar e outras pessoas necessitavam também
da assistência dela (eram financiadas pelo estado: gratuitas). Deixou, no
entanto, a porta aberta se eu quisesse regressar. Não regressei mais. Fiquei
triste e desiludido na altura, mas hoje vejo que ela teve toda a razão ao
fazê-lo.
Mas o meu
email tem a ver com estar neste preciso momento e por vontade própria, em fase
de desmame de vários meses de compras seguidas. Ao todos foram 24 anos disto,
com 2 divórcios pelo meio: mais do que suficiente.... Estou agora e há 5 anos
numa relação estável, mas não tenho ilusões - se continuo a persistir no mesmo
- a minha companheira vai-se embora tal como as outras fizeram. E aí irei ficar
bem pior do que antes fiquei. E sozinho.
Portanto
tenho a intenção de resolver de uma vez por todas este vício. De preferência
sem medicação, apesar de ter Valium 2,5mg comigo que utilizo em SOS em caso de
necessidade.
Mas claro,
como em todos os desmames, estou em processo de ressaca, ou seja, a vontade de
pesquisar este gadget ou outra coisa para comprar está cá sempre. Umas
vezes mais forte outras menos forte.
Sem querer
abusar da sua generosidade, o João poderia aconselhar-me por favor - para esta
fase muito especifica - uma estratégia de comportamento para quando vêm estes pensamentos?
Ou outra que entenda ser adequada neste momento?
Muito
obrigado,
Marco
António (nome fictício)
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