Powered By Blogger

quinta-feira, junho 19, 2025

A Inteligência Artificial irá revelar-se uma mais valia.


 

A imagem foi gerada através IA.

Recuperar é que está a dar, texto original do chatbot Co Pilot (Inteligência Artificial - I.A.). A IA ao serviço da recuperação dos comportamentos adictivos.

"Recuperar o que fomos, o que sentimos, o que perdemos no caminho.
Recuperar a coragem de tentar de novo, o brilho nos olhos e a vontade de seguir.
Porque cair não é o fim - é só a pausa antes do impulso.
E hoje, mais do que nunca, recuperar não é só tendencia; é resistência, é renascimento.
É o novo "dar certo". Porque agora, dar é recuperar... e recuperar é viver." texto do CoPilot IA

Comentário do autor do blogue. É uma verdade inquestionável e incontornável, a Inteligência Artificial (IA) veio para ficar não só em Portugal, como no mundo inteiro. Fenômeno idêntico às redes sociais HI5, Facebook (2005) Twitter, LinkedIn, etc. É a globalização graças ao poder do www (internet). Segundo um relatório de uma expert Mary Meeker, segundo o Euro News, apelidada de "Rainha da Internet", o sobejamente conhecido e pioneiro chatbot da IA o CHATGPT, da Open AI, após o seu lançamento ao publico, em Outubro de 2022, alcançou o astronómico numero de 800 milhões de utilizadores, em Abril de 2025. A empresa vale 3.5 biliões (quantos zeros são??). Curiosidades!!
Sou um otimista, nesse sentido, antecipo avanços e benefícios na utilização da IA na Intervenção, Prevenção, Tratamento e Recuperação dos comportamentos adictivos. São as pessoas e seus familiares, "apanhadas" na rede da Adicção, que vão beneficiar. Por exemplo, novas ferramentas contra o estigma, muito presente na sociedade (há demasiado tempo), novas ferramentas na intervenção, diagnostico, plano de tratamento e recuperação. Atualmente, a Adicção está presente na vida das pessoas em áreas, que há 20 anos atras ninguém imaginava. Hoje existem mais casos de Adicção na população jovem, refiro-me à dependência das redes sociais, gadgets ( por exemplo, utilização excessiva de telemovel), gamming, acesso indevido a vários tipos de conteúdos inadequados para a idade, por exemplo, acesso à pornografia aos 10,12 13 anos.  Não haverá uma cura, mas a IA pode revelar-se uma mais valia na recuperação, por exemplo, através de aplicações, acesso a informação apropriada e atualizada, acesso a equipas de profissionais multidisciplinares e centros de tratamento em regime de internamento. Há 30 anos, de experiencia na prevenção e tratamento das dependências (Addiction Counselor), o termo Adicção (conceito de doença - Associação Americana da Medicina da Adicção) e Adicto na sociedade e profissionais da área eram desconhecidos completamente.  

segunda-feira, maio 12, 2025

Pia Mellody, gratidão eterna


 


É com enorme pesar e tristeza que soube da noticia do falecimento de Pia Mellody. Desde o inicio foi uma mentora e referencia na área da codependencia, da recuperação da adicção e das relações. Era um ser humano especial. Foi autora de variados livros, podcast, workshops. Uma autentica defensora da recuperação, certamente deixará um imenso legado, não só nos EUA mas também em todo o mundo. Descanse em Paz  

Contra o estigma no tratamento da adicção


 

«Estamos duas vezes armados se lutarmos com fé» Platão

Platão, segundo relatos e escritos da altura nasceu entre 427/428 a. C., em Atenas. Foi um filosofo e matemático do período clássico da Grécia Antiga. Foi considerado a figura central na história do grego antigo e da filosofia ocidental, juntamente com o seu tutor Sócrates e seu pupilo Aristóteles. Platão ajudou a construir os alicerces da filosofia natural, da ciência e da filosofia ocidental e também tem sido frequentemente citado como um dos fundadores da religião ocidental, da ciência e da espiritualidade. (fonte Wikipédia).

Desde 1993, trabalho com indivíduos adultos com adicção (doença com fatores neuro-bio-psico-social), 1) a substâncias psicoativas geradoras de dependência, licitas (bebidas alcoólicas) ou ilícitas, e também trabalho com indivíduos com 2) adicção a comportamentos adictivos (exemplo, jogo patológico, ao sexo) e indivíduos que são adictos a 3) substancias psicoativas e ao mesmo tempo comportamentos aditivos e/ou perturbação mental (comorbilidade – diagnostico duplo  ou triplo). São várias centenas, talvez um milhar de indivíduos e nenhum deles, nem um, alguma vez mencionou o desejo de se tornar um adicto. De salientar as implicações, severidade, as consequências e sintomas da adicção – cada caso é único. Ficar doente é o resultado de um processo gradual, dinâmico e complexo. Também é verdade que ninguém fica adicto a substâncias psicoativas ou comportamentos de um dia para o outro. Contudo se alguém está preocupado com o seu comportamento impulsivo e repetitivo, seja com o consumo de drogas, incluindo o álcool, ou comportamentos, isso pode querer dizer que já tem um problema de adicção na sua vida, mas, mas isso não quer dizer que vá pedir ajuda, naquela altura, naquele momento, podem passar anos a fio até que a ajuda eficaz, direta ou indireta chegue.

Na sociedade, um dos fatores mais negativos relacionados com o tratamento da adicção é o estigma. Felizmente, comparativamente, com há trinta anos atras, hoje o estigma persiste e continua a fazer vítimas, mas aparenta estar mais “enfraquecido” devido aos avanços no tratamento, na informação dos meios sociais, no apoio psico social de várias instituições do estado e/ou privadas, no apoio de proximidade por parte dos profissionais e na informação disponível na internet. Convém realçar que apesar de evolução e dos avanços o estigma não desapareceu. Desde os seus primórdios, há milhares de anos atrás até à atualidade o estigma (as pessoas, as famílias e a sociedade) permanece ativo como uma doença, com marcas bem visíveis. Mudam-se os tempos, mas não se muda as vontades. Não são as pessoas de fracos recursos, os “alvos” prediletos, a adicção é um fenómeno transversal na sociedade, afeta “ricos”, pobres”, “pretos”, “brancos”, “mestiços” advogados ou mecânicos, etc.

Como é que se trata a doença da adicção, num contexto onde o estigma permanece ativo e a influenciar negativamente, pessoas, famílias, profissionais e instituições (sociedade)?

Como se combate o estigma que conduz ao isolamento, à doença (adicção) depressão, à separação, à vergonha e a negação?

Perante estas duas questões, iremos abordar o que é o estigma e como afeta pessoas, familiares, profissionais e instituições ligadas à prevenção, ao tratamento e á recuperação dos comportamentos adictivos-

O que é o estigma? Segundo o dicionário da Bertrand da Língua Portuguesa, entre os antigos gregos designava sinais corporais com os quais se procurava evidenciar alguma coisa de extraordinária ou de mau acerca do estatuto moral de quem os apresentava. Tratava-se de marcas corporais feitas com cortes ou com o fogo que identificavam de imediato um escravo ou um criminoso. Por exemplo o conceito atual é mais amplo, considera-se estigmatizante qualquer característica, não necessariamente física ou visível que não se coaduna com o quadro das expectativas sociais acerca de determinado individuo. Referencias: Erving Goffman

quinta-feira, fevereiro 13, 2025

Amor e desamor


 Foto Lumen IA

 

Amores e desamores

Mito. Afirma-se, com frequência que um dos requisitos para uma relação duradoura está relacionado com o individuo gostar de si próprio o suficiente, (e em primeiro lugar) e só assim consegue relacionar-se com o outro. O amor que temos por nós próprios (indivíduos) é diferente do amor que nutrimos pelo outro (relação romântica). Quando selecionamos determinada pessoa (especial) entra em jogo um conjunto de energias poderosas e em muitos casos incontroláveis, designadas de vinculação. A evolução humana revelou existir imensa vantagem para a sobrevivência uma coexistência entre indivíduos (vinculação de intimidade, de interesse, de confiança, proteção) a fim de se protegerem, preocuparem um com o outro/a (ele ou ela é parte de mim), aquilo que designamos de intimidade, pertença, coesão, vulnerabilidade, confiança, cumplicidade. Não sejamos naïfs, a evolução também contemplou (e continuamos o processo) com aqueles indivíduos que tinham outros interesses completamente antagónicos, refiro-me ao amor/intimidade.

«Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal.» Friedrich Nietzsche

Mito relação romântica - «O amor vence tudo» Evocamos o amor para justificar algumas crenças, atitudes e comportamentos disfuncionais para o relacionamento romântico. Crescemos, com a ideia de que o amor vence tudo, nesse sentido, evocamos a ilusão para o amor vencer. Na prática não resulta, pode servir de justificação para o desamor.

Recuperação dos comportamentos adictivos de longa duração. Seres sociais. Falar sobre o amor, num contexto social entre família, com o/a filho/a, amigos, colegas de trabalho, numa reunião, com um estranho no comboio, etc, significa que estamos honestamente a partilhar ideias, conceitos, reflexões, expressar sentimentos que realmente importam, no que aos vínculos de intimidade e vulnerabilidade, diz respeito. Falar sobre o amor ou o desamor, honestamente, é falar da "cola" que permite ao amor expandir valores/princípios, criar sinergias, reforçar vínculos e raízes, largar a zona de conforto e explorar o universo imaterial do outro e vice-versa. Falar sobre o amor e a vulnerabilidade, não é conversa lamecha, é conversa de pessoas adultas e integras. Se não falarmos sobre o amor estaremos a privar de participar em áreas tão significativas como a liberdade, a vulnerabilidade, a confiança, a família, a espiritualidade. Conversar sobre o amor é explorar vinculações (sistemas) complexas, profundas na psique (individuo) e nas relações com os outros. Conversar sobre o amor deparamo-nos com mitos sobre o amor, a paixão (obsessão/sofrimento), efeito químico de sensações intensas e prazerosas associadas ao sexo. Confrontamo-nos com o dilema: é sexo/química ou amor? É paixão (obsessão) ou amor? Qual é a relação entre o amor e o sexo?  Durante um período da vida, precisamos do amor para desenvolver e prosperar, como de oxigénio para respirar. Esse período extremamente marcante desenrolou-se após o nascimento e durante a infância.

«Lutar pelo amor é bom, mas alcança-lo sem luta é melhor.» William Shakespeare, “Noite dos Reis”

Está em recuperação dos comportamentos adictivos? 

Sabia que a adicção pode estar associada ao sexo (sexo compulsivo)? Sabia que a adicção ativa, no individuo, interfere nas competências e capacidades para amar? Qual é a sua definição de amor? Considera que a sua definição de amor funciona? Já alguma vez foi “obrigado/a” a rever e a alterar algumas ideias, crenças sobre o amor? Considera que tem dúvidas em distinguir a paixão (obsessão) e o amor, isto é, na maior parte das vezes a paixão (obsessão) é sinónimo de relação de intimidade de curta duração (é humanamente impraticável estar demasiado tempo sob o efeito da obsessão/sofrimento)? Está numa relação duradoura e é feliz, se a resposta é sim, quais são os fatores que contribuem para manutenção e duração da relação?

quarta-feira, janeiro 29, 2025

Os Principios Básicos da Literacia Financeira para Pessoas com Comportamentos Adictivos, por Rita Piçarra



Uma Ferramenta Essencial para a Recuperação e Bem-Estar

A literacia financeira é a capacidade de entender e utilizar eficazmente diferentes habilidades financeiras, incluindo a gestão financeira pessoal, a elaboração de orçamentos e o investimento. Para pessoas que desenvolveram comportamentos adictivos, seja em recuperação ou não, a literacia financeira é uma ferramenta essencial para alcançar a estabilidade e o bem-estar. Vamos explorar alguns dos princípios básicos da literacia financeira e como podem ser aplicados na vida quotidiana.

1. Compreender a Importância de um Orçamento

Elaborar um orçamento é o primeiro passo para uma gestão financeira eficaz. Um orçamento ajuda a entender quanto dinheiro entra e sai todos os meses. Para pessoas em recuperação de comportamentos adictivos, um orçamento pode ser uma maneira de recuperar o controlo sobre as suas finanças, identificar gastos desnecessários e garantir que recursos sejam alocados para necessidades fundamentais como habitação, alimentação e tratamento. Além disso, um orçamento bem planeado pode ajudar a estabelecer limites claros para os gastos supérfluos, permitindo que as pessoas em recuperação evitem tentações financeiras que possam comprometer a sua estabilidade.

Para criar um orçamento eficaz, comece por listar todas as fontes de rendimento, incluindo salários, benefícios sociais e outras formas de rendimento. Em seguida, liste todas as despesas fixas e variáveis, como renda, serviços públicos, alimentação, transporte e despesas médicas. Subtraia as despesas totais do rendimento total para determinar se há um saldo positivo ou negativo. Utilize este saldo para ajustar o orçamento, cortando despesas desnecessárias ou encontrando formas de aumentar o rendimento.

2. Gerir Dívidas

A dívida pode ser um dos maiores obstáculos para a recuperação financeira. É crucial entender os tipos de dívida (como cartões de crédito, empréstimos pessoais, etc.) e desenvolver um plano para pagá-las. Priorizar o pagamento de dívidas com taxas de juro mais altas pode ajudar a reduzir o fardo financeiro mais rapidamente. Manter um diálogo aberto com credores e procurar aconselhamento financeiro pode ser essencial para gerir de forma eficaz as dívidas existentes. Além disso, é importante evitar contrair novas dívidas desnecessárias durante o processo de recuperação.

Para gerir eficazmente as dívidas, comece por fazer uma lista de todas as suas dívidas, incluindo o montante devido, a taxa de juro e o prazo de pagamento. Em seguida, elabore um plano de pagamento que priorize as dívidas com as taxas de juro mais altas, enquanto continua a fazer pagamentos mínimos nas outras dívidas. Considere também a possibilidade de consolidar as dívidas em um único empréstimo com uma taxa de juro mais baixa, se isso for viável.

3. Poupança e Fundo de Emergência

Ter uma poupança é um objetivo fundamental para a estabilidade financeira. Criar um fundo de emergência pode proporcionar uma rede de segurança em momentos de crise, evitando que se acumulem mais dívidas. Mesmo pequenas contribuições regulares podem crescer com o tempo e fornecer um colchão financeiro necessário. Para pessoas em recuperação de comportamentos adictivos, um fundo de emergência pode ser particularmente importante, pois oferece uma sensação de segurança e estabilidade durante períodos de incerteza.

Para começar a poupar, defina uma meta de poupança realista com base nas suas circunstâncias financeiras. Automatize as transferências para a poupança sempre que possível, para garantir que uma parte do seu rendimento seja reservada regularmente. Além disso, procure oportunidades para reduzir gastos e direcionar as economias para o fundo de emergência. Lembre-se de que cada pequena contribuição é valiosa e que a consistência é a chave para construir uma poupança sólida ao longo do tempo.