terça-feira, junho 30, 2009

Da Lua ao Alcoolismo...um pequeno passo

O famoso austronauta americano Buzz Aldrin no seu livro relata a sua jornada da Lua ao Alcoolismo. Admite o periodo negro e atribulado, associado ao alcool e depressão, e depois salienta os seus 30 anos de sobriedade (resiliência, coragem e dignidade).O alcoolismo não acontece só aos outros.
A vergonha não pode prevalecer em relação à esperança e à recuperação.
Definitivamente, Recuperar É Que Está a Dar,
siga o link e comente:

http://www.msnbc.msn.com/id/31491377/ns/today_books-biography_and_memoirs/

sábado, junho 27, 2009

Escolhas de Vida, Vida de Escolhas

A Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis convida Vossa Excelência para o Colóquio
"Escolhas de Vida, Vida de Escolhas", integrado no Dia Mundial de Luta Contra a Droga,
que se realiza no dia 26 de Junho de 2009, pelas 16 horas, na sala polivalente da Biblioteca
Municipal Ferreira de Castro, em Oliveira de Azeméis.

Oradores:
Luís Almeida Vasconcelos – Técnico Superior do Instituto da Droga e da Toxicodependência e Investigador do Instituto de Ciências Sociais (ICS) – Universidade de Lisboa

Augusto Pinto – Médico do Centro Regional de Alcoologia do Centro – Instituto da Droga e da
Toxicodependência

João Alexandre Rodrigues – Técnico de Comportamentos Aditivos

Comentario: Recuperar É Que Está a Dar esteve em Ol. de Azemeis. Agradeço ao Raul e à Camara Municipal o convite para participar como orador neste coloquio sobre o tema das dependências.
Estas oportunidades são extremamente uteis, porque para além da aprendizagem e experiencia profissional, é uma oportunidade unica para se estar em contacto com o publico interessado nesta materia.

sexta-feira, junho 26, 2009

Dia Nacional da Recuperação da Dependência de Substancias


Aproveito o dia de hoje, alusivo ao Dia Mundial Contra a Droga para aplaudir todos aqueles, sem excepção (homens, mulheres) que estão em recuperação das Dependencias (novo e saudavel estilo de vida) e que contribuem para uma sociedade melhor, sendo membros dignos e activos nas suas familias e na nossa comunidade - "sobreviventes".

Na minha opinião, esta "guerra contra a droga" é uma "ferramenta" politica sem qualquer efeito pratico e concreto. Não "cola" e as pessoas realmente não percebem o que se passa. Não acho que seja possivel algum dia, erradicar a droga da nossa sociedade. É uma rede demasiado complexa que sobrevive e irá manter-se activa - é uma "guerra fantasma".

Existem institições, profissionais e pessoas anónimas (rostos e vozes) que assumem um compromisso honesto e abnegado para a RECUPERAÇÃO das dependências, em vez de procurarem somente o lucro e o prestigio.

Capital de Recuperação das Dependências é: Resiliência, compromisso, honestidade, entre-ajuda, espiritualidade, responsabilidade, tolerância, determinação, altruismo, amizade, motivação, liderança, fé e esperança, equilibrio, emoções, impotência e entrega, trabalho e gestão financeira, dor e perda, familia e sociedade.

sexta-feira, junho 12, 2009

Apanhada na Rede

Tenho 35 anos e nunca consumi drogas. Namoro há cerca de 2 anos com o Alberto (nome fictício), de 38 anos. O problema é o facto de me ter apercebido que o Alberto tem um problema com drogas. Sempre soube que ele consumia drogas desde a adolescência ( todas !) mas, desde que estamos juntos, pensei que fosse uma questão controlada e meramente social. Ou seja, sabia que por vezes, quando saía com os amigos, ao fim de semana costumava consumir cocaína. Nos últimos meses, percebi que na verdade não é assim.

O Alberto consome cocaína e por vezes cannabis todos os fins-de-semana. Em ocasião social "apropriada" ou não. Por mais que tente demove-lo ele nunca conseguiu resistir ou cumpre o prometido. Isto está a afectar gravemente a nossa relação, e mais importante que isso, estou certa que ele tem um problema e não sei como ajudar, até porque ele não o reconhece. É complicado falar com ele sobre este assunto, mas nas poucas vezes em que consegui, o que ele me disse foi: "Não tenho nenhum problema com drogas, o problema que tive com drogas está resolvido há 10 anos. Neste momento o único problema que tenho com drogas… és tu. Consumo drogas quando me apetece porque gosto, não me sinto mal e isso não afecta a minha vida profissional."

Já tentei várias coisas para tentar demovê-lo, já pedi a amigos que sei que ele tem em conta que o aconselhem. Nada tem resultado. Não sei o que fazer. Nesta altura, a única coisa que me parece restar é contar à mãe do Alberto (ela sabe que ele teve problemas com drogas na adolescência e pelo que sei fez o que estava ao alcance dela e na altura pareceu resultar.). Tenho receio por outro lado que isto degrade de vez a nossa relação e também a relação dele com os pais, agora que tem 38 e não 18! E seja ainda pior. Pode dar-me a sua opinião sobre este assunto? Há alguma coisa que me aconselhe?
Desde já muito obrigada pela sua opinião e ajuda.Subscrevo-me
Isabel (nome fictício)

Boa noite Isabel
Após ler o seu email apresso-me a felicita-la por pedir ajuda.
Apesar da minha limitação na informação sobre o caso do Alberto posso sugerir algumas orientações e algum “alimento pró pensamento”. Vou abordar duas questões importantes quanto ao problema da dependência de substâncias.

A primeira questão, e talvez para sua surpresa, está direccionada para a Isabel. Mantenha-se atenta ao seu comportamento. Isto é, não encobrir, esconder, não facilitar, não negar, não pactuar com coisas que não é capaz de cumprir ou com coisas que você não acredite, assim como minimizar as consequências da dependência do Alberto, na sua vida (trabalho, amizades, família, saúde mental – cognitivo-comportamental, etc.) e na vossa relação (observar que o Alberto não está presente, disponível, mentira, preocupação, na vossa intimidade, etc) . Você corre o serio risco de se tornar codependente (preocupação constante e dolorosa sobre o Alberto e o problema do Alberto) se enveredar pelo caminho da protecção e socorro, em detrimento dos seus valores e da sua família, seguindo um apelo interior (irracional) de ajudar, quando na realidade não está a fazer, pelo contrario, está a contribuir para a progressão e deterioração da doença. Obviamente que a Isabel não é culpada absolutamente de nada, todavia é importante definir limites e critérios na ajuda e no socorro. Pode ficar apanhada na “rede” da dependência, pelas suas emoções e pelos seus comportamentos, afinal você é um ser humano.

A segunda questão está direccionada para o problema do Alberto. Procure informação sobre o abuso e a dependência de substâncias psico-activas (drogas licitas e ilícitas, incluindo o álcool). Informação é poder. A dependência é um processo da qual o Alberto perdeu totalmente o controlo da sua vida e do consumo de substâncias. A componente lazer e social desaparecem totalmente. Torna-se incapaz de prever, com exactidão, as consequências do seu comportamento quando está sob o efeito e ou quando está abstinente, vulgo ressaca. Pela discrição do seu email o Alberto quando confrontado recorre a um sistema de defesa; racionalização, minimização, negação, culpar os outros ou coisas, racionalizar. Este muro - isolamento - que ele constrói, é extremamente difícil quebrar, todavia pode retirar tijolo-a-tijolo. Não confronte o Alberto com base na sua intuição. Reflicta as consequências com factos e coisas específicas e concretas (contrario de abstractas e generalistas). Pode socorrer-se de outras pessoas, mas lembre-se, coisas específicas e concretas. Faça uma lista de coisas que estão directamente relacionadas com as drogas e outros comportamentos disfuncionais; mentiras, promessas quebradas, juras, desonestidade, objectos ou coisas relacionadas com drogas.

Espero que tenha contribuído com alguma luz no túnel.

Se desejar, caso seja residente na área do Porto, recorrer às consultas, caso contrário pode optar pelas consultas Online. Estou disponível para ajudar.

Gostava de saber se permite que publique, nos blogues, o seu pedido de ajuda corajoso, garanto total confidencialidade de todos os seus dados e do Alberto. È confidencial e seguro. O seu pedido de ajuda pode servir de “exemplo” visto as dependências afectarem a vida de milhares pessoas.

Os meus sinceros cumprimentos

quinta-feira, junho 11, 2009

Adicção ao sexo - A perda do controlo é um sintoma

Comportamentos disfuncionais acerca de sexo podem interferir negativamente e tornar caotico a vida daqueles que "alinham" no prazer imediato e no frenezim gerado por esta energia "poderosa". A vergonha, a impotencia e a perda de controle paralelamente à obsessão e à compulsividade são sinais de adicção.
Sabia que o sexo é uma fonte natural de prazer? Qual é o limite que é preciso ultrapassar de forma a que o sexo seja uma fonte de sofrimento?
É possivel interromper este frenezim constante e "indomável"atraves da "rendição" e pedir ajuda.
O actor da famosa serie X-Files, David Duchovny pediu ajuda.
Caso precise da qualquer tipo de esclarecimento sobre a adicção ao sexo envie um email para xx.joao@gmail.com. Todos os dados são confidenciais
Siga o link e comente:

http://www.youtube.com/watch?v=ZQrJA4eZCOY

domingo, junho 07, 2009

Jornal Expresso - A negação e o alcoolismo



Não posso deixar de expressar a minha estupefacção ao ver publicado no Jornal Expresso de sábado (06/06/2009), do qual sou leitor, num dos cadernos - Actual, um artigo sobre um conhecido artista, que não vou referir o nome, visto a minha critica ser direccionada ao trabalho jornalístico, na abordagem à problemática do álcool. Segundo a jornalista a dependência é realçada, mas desvalorizada no conteúdo.

Sendo o referido artista uma figura publica e segundo a notícia estar a viver “…o auge da sua popularidade.” parece completamente descabido, visto parte significativa do artigo, fazer alusão ao alcoolismo em jeito de novela, apelando ao glamour antiquado e desfasado da realidade, alusivo ao sexo, drogas e rock`n` rollcaracterístico do meio artístico, em Inglaterra e nos EUA nos anos 60. Esta máxima tornou-se moda, perpetuando-se no tempo, afectando negativamente a vida de milhares de artistas - homens e mulheres - e pessoas anónimas. Infelizmente, muitos deles já não fazem parte do mundo dos vivos, felizmente outros permanecem em recuperação (mudança de estilo vida) das suas dependências. Qualquer profissional ou indivíduo dedicado e comprometido com a recuperação das dependências rejeita este tipo de jornalismo nos dias de hoje.

O alcoolismo é uma doença grave que afecta milhares de pessoas e famílias inteiras, incluindo as crianças. È um problema de saúde publica em Portugal. Segundo alguns dados existem 1.800.000 indivíduos com problemas com o álcool em Portugal. Apesar de a nossa cultura continuar a reforçar o consumo e o abuso do álcool, não será digno para aqueles que sofrem de alcoolismo, esta doença ser tratada com o devido respeito? Sim, claro.

É urgente “desmontar” e descodificar estes mitos, crenças e novelas que teimam em permanecer resistentes na nossa cultura sobre as dependencias de substâncias psicoactivas lícitas, inlcuindo o alcool e as ilícitas, parece existir pessoas e instituições interessadas em “imortaliza-los”, infelizmente os meios de comunicação social são peritos em gerar a confusão nesta materia em vez de prestarem um serviço digno e especializado às pessoas. É indispensável proteger as crianças e os adolescentes vulneráveis, que idolatram os seus ídolos, a estes fenómenos culturais/artisticos disfuncionais, e assim prevenir novos casos de dependência. O problema das dependências não acontece só aos outros. Na realidade, todos nós conhecemos casos de excelentes artistas que sucumbem à dependência activa e que são notícia pelos piores motivos.