Somos uma sociedade (cultura) que promove e desenvolve
“o culto cool” e da moda associado ao consumo de drogas psicoactivas
adictivas - lícitas, incluindo o alcool, a nicotina e as drogas ilícitas. Será uma forma
diferente, original e criativa de pensar e experimentar sensações e/ou fazer coisas? Ou optamos pelo
caminho mais fácil (atalhos) na ânsia de procurar responder aos milhares de
estímulos e expectativas a que somos sujeitos, dia-a-dia?
Portugal é o país da Europa com menor numero de estudos
especializados realizados especificamente acerca do consumo de álcool e dos
problemas a ele associados (Simpura e tal.,2001).
Quais são as pessoas e ou
organizações interessadas em investigar as consequências autênticas do álcool
na nossa sociedade? Qual o interesse publico desta informação? Qual é o impacto e
o custo na sociedade portuguesa associado ao alcool? Na família, incluindo as crianças. E das outras drogas,
lícitas, medicamentos sujeitos a receita medica (ex. benzodiazepinas - tranquilizantes,
ansioliticos) e as drogas ilícitas?
Uma parte significativa da nossa população, cujos números
exactos (estudos epidemiológicos
[i]) não se conseguem
obter com exactidão, (desde os jovens, aos adultos, incluindo a população
sénior) recorre com mais ou menos frequência, ao consumo de substâncias
psicoactivas susceptíveis de causar dependência, designado de auto medicação.
Usar drogas é um acto voluntario, uma escolha individual,
que pode ser sujeita ou não à pressão do grupo e do ambiente. Nem todos os
indivíduos que consomem substâncias psicoactivas adictivas desenvolvem um
problema de abuso ou dependência, assim como consumir esporádicamente seja sinónimo de
doença, mas existe um certo grau de risco (dependendo da potência/efeito da
substância, a dose administrada, a duração do consumo e das características do próprio consumidor).
Estes factores (neurologico-bio-psico-social) juntos podem contribuir para um
problema grave de saúde, familiar e profissional.
Cada um elege as drogas que lhe proporcionam o efeito
desejado. A mesma droga não é eleita por todos. Existem drogas para todos os
gostos. Algumas pessoas usam drogas por mera curiosidade, outros para se
divertirem, outros para praticarem desporto, praticar sexo, para “fugirem” ao
stress e à pressão diária, para trabalhar, para relaxarem, por motivos de
doença, outros recorrem às drogas porque abusam e por último aqueles que estão
dependentes (doença da adicção).
Existe uma relação entre a oferta e a procura que faz com
que hoje as drogas estejam mais disponíveis e presentes no dia-a-dia das
pessoas, comparativamente à 15 anos atrás. Provavelmente, todos nós
conhecemos, directa (ex. um familiar, ou amigos) ou indirectamente (ex. amigo
do amigo), alguém que nesta altura tenha ou já tenha passado por um problema
com drogas, incluindo o álcool.
Porque é que uns sofrem horrores e destruição nas suas
vidas, associado às drogas psicoactivas adictivas, incluindo o álcool, ex
dependência (doença/adicção) e outros não?
Através do consumo de drogas aprende-se a oscilação das
emoções e descobre-se todo um “novo mundo” de novas experiências sensoriais e
singulares que de outro modo não seria possível experienciar.
A dependência às drogas lícitas, incluindo o alcool e a nicotina,
e/ou ilícitas psico-activas, é uma doença do cérebro (adicção). Sabemos que o
consumo de drogas altera a percepção (ideias, compreensão) e o funcionamento
normal do cérebro (neuroquímica/neurotransmissores) enveredando o
adicto na senda da gratificação imediata, procura aquela sensação de
prazer e/ou bem-estar única capaz de gerar energia extra, capaz de modificar e
ou atenuar (dormente) as emoções dolorosas; ex. raiva e ressentimento, o medo e
a insegurança, rejeição numa relação romântica, despedimento (frustração),
perda de alguém querido, cansaço físico e/ou sensação de falta de energia,
ansiedade e ou sentir-se deprimido etc. As drogas psicoactivas modificam a
forma como as pessoas sentem, pensam e agem.
As Drogas de “Eleição”
1. Estimulantes – estimulam o sistema nervoso central (SNC). Provocam
euforia, diminui a fadiga e a necessidade em dormir, pode aumentar o desejo
sexual, interfere nos padrões normais de sono, reduz o apetite. Os medicamentos
(drogas licitas) são amplamente prescritos e em muitos casos sujeitos a uso
nocivo. Estima-se que 60 a 80% dos consumidores de cocaína e que também
dependem de anfetaminas consomem simultaneamente álcool. A maioria das
estimulantes são potencialmente susceptíveis de abuso e dependência. Algumas
destas drogas, principalmente as de “rua” - ilícitas são adulteradas.
Anfetaminas – “eleita com frequência”
Cocaína – “eleita com frequência”
Crack – “eleita”
Cafeína – “eleita com frequência”
Nicotina – “eleita com frequência”
Methamphetamine
2. Depressoras – Proporcionam uma sensação de relaxamento e alivio
agradável (ex. bem estar, calma, tranquilidade) no Sistema Nervoso Central
(SNC) e diminuem a percepção da dor. As substâncias depressoras incluem grande
variedade de medicamentos (drogas licitas). Podem ser misturadas com outras
substancias numa tentativa para alterar e/ou potenciar alguns dos seus efeito.
A principal fonte de abastecimento é a própria prescrição médica. Esta
medicação também é utilizada (uso concomitante) em conjunto com o álcool. Algumas
destas drogas, principalmente as de “rua” são adulteradas. Todos os depressores
são potencialmente susceptíveis de abuso e dependência.
Heroína (analgésico) – “eleita frequente”
Morfina (analgésico)
Codeína (analgésico)
Ópio (analgésico)
Benzodiazepinas - ansioliticos, hipnóticos (ex. valium)
– “eleita” frequentemente
Álcool – Alcoolismo: alguns dados interessantes – os
indivíduos iniciam os primeiros problemas 23 e 33 anos depois primeiro
tratamento aos 40 anos. Durante o alcoolismo individuo alterna os períodos de
ingestão com a abstinência “Não vou beber mais…vou cortar com o alcool”. O
álcool e utilizado (uso concomitante) com variadas drogas quer sejam
depressoras, estimulantes e alucinogénicas. – “eleita frequentemente”
3. Alucinogenicas – alteração do nível da consciência, do humor e da
percepção da realidade. São capazes de induzir alucinações. Muitas destas
drogas podem provocar sensações anormais de natureza predominantemente visual
(ilusões e alucinações). Algumas destas drogas são adulteradas. Algumas podem
gerar dependência, ex cannabinoides (haxixe e marijuana)
Haxixe (resina) – componente tóxico activo THC
(delta9-tetra-hidrocannabinol) são uma “porta” para outras drogas psicoactivas
– “eleita com frequência” ……
Marijuana (folhas)– componente tóxico activo THC
(delta9-tetra-hidrocannabinol) são uma “porta” para outras drogas psicoactivas
– “eleita com frequência”
LSD (Dietilamida do Acido Lisergico) - eleita
Ecstasy - MDMA (metilo dioximetanfetamina) – esta droga
psicoactiva está associada à vida nocturna e “festas” – “eleita com frequência”
4. Delirantes – provocam confusão mental e depressão generalizada do
sistema nervoso central. Estes produtos são populares porque podem provocar
euforia e estão facilmente disponíveis (qualquer lar tem estas substancias),
baratas, legais e fáceis de esconder. Os solventes são consumidos entre os
indivíduos no inicio da adolescência - “Moda”.
Aerossóis (fréon, bromodiclorofluorometano, extintores
de fogo, butano, tolueno e outros
Solventes - diluentes, tira-nódoas (tetracloroetileno,
tricloroetileno, derivadops do petróleo, tetracloreto de carbono, acetona,
éter)
Colas (tolueno, nafta, acetatos, hexano, benzeno,
xileno, clorofórmio e outros hidrocarbonetos fluorados)
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