domingo, dezembro 21, 2008

Pedido de Ajuda Corajoso - Família



“Boa tarde,
O meu pai um homem com 58 anos começou há 2 anos a mostrar interesse pela net.
Comprou um computador e é vê-lo agarrado a ele de manhã à noite...
Paga semestralmente 70€ para falar com mulheres num site de amizades (Cupido) e já tem inúmeras mulheres adicionadas no Messenger.

A vida familiar foi se degradando...
Só sai da frente do computador para ir a casa de banho e comer.
Não dá assistência nenhuma à minha mãe, nem mesmo quando está doente como já foi o caso.

Esta situação esta a levar ao fim do casamento, e quando confrontado pela minha mãe com o desrespeito da situação, defende-se dizendo que não tem nada com elas é só para falar.

Gostaria que me desse alguma orientação neste sentido.
Obrigado
Natália” (nome fictício)





Resposta:
Boa noite
tal como o seu pai existem imensas pessoas de ambos os sexos e de todas as idades a experimentarem este fenómeno recente. Conheço pessoas que se casaram, casamentos que ruíram como consequência desta situação. Infelizmente, este problema atingiu a sua família. Contudo, nem todos têm um final infeliz e dramático.

Parece que o seu pai anda numa "lua-de-mel" através destas experiencias de relacionamentos virtuais intensos e cheios de sedução. Posso garantir-lhe que estas emoções intensas são altamente adictivas (obsessivas e compulsivas) geradoras de euforia intensa, por um lado, e frustração e angustia por outro, tipo efeito “montanha russa”.

Pode ser que o seu pai chegue rapidamente ao confronto com a sua (dele) realidade e consequências deste tipo de comportamento disfuncional e simplesmente pare. Entende?

Senão pode colocar em risco a coesão familiar, estabilidade financeira e vertente social.
Apesar de estar limitado à informação disponível poderei fornecer-lhe algumas orientações praticas.

Nesta fase a coesão familiar é o mais importante em detrimento do problema de comportamento do seu pai. A parte da família sã precisa de unir esforços e recuperar o fôlego.

Quanto ao seu pai é extremamente importante que ele experimente as consequências negativas do seu comportamento disfuncional que choca e ofende com os valores e tradições da família. Para isso, é preciso definir limites. Por ex. se o seu pai não está as refeições com a família por causa da obsessão dele, então seja ele próprio a confeccionar as suas próprias refeições quando bem entender. Isto é, não facilitar, não minimizar, não encobrir as consequências do comportamento problema do resto da família próxima e outras situações. Lembro-me de um ditado antigo que ilustra na perfeição aquilo que quero passar para si - "Cama que fizeres, nela te deitas". Responsabiliza-lo, por que ele pode antecipar-se e desatar a culpar tudo e todos, manipular, mentir, tornar-se agressivo, isolar-se, e fechar-se no seu mundo virtual e ilusório.

Este padrão de comportamento disfuncional pode atingir proporções que sejam difíceis de interromper, por isso, se verificar que não conseguem resultados satisfatórios peçam ajuda externa profissional.

Caso esteja interessada pode recorrer ao meu apoio profissional através de consultas presenciais (tradicionais) ou através de consultas online. Estou ao seu dispor.

Atenciosamente,

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