Todavia ninguém fica dependente/adicto de um dia para o outro. Através de um acto voluntário inócuo, por ex consumo de substâncias psicoactivas, actividades relacionadas com o jogo, sexo, comida, compras, associado ao lazer e/ou prazer, pode despoletar no individuo sensações de bem estar, cujas memorias futuras serão um reforço positivo e assim aprender os efeitos de agir no prazer e na gratificação imediato – sensação de boas vindas aquele estado de espiríto relaxante e/ou energético. A repetição dos comportamentos poderá despoletar hábitos, crenças e rituais, é um processo que é determinado e influenciado pelas caracteristicas do indivíduo e pela substância psicoactiva e/ou comportamento - factores bio-psico-sociais.
Sabia que todos nós estamos expostos a este fenómeno?
Algumas substâncias psicoactivas geradoras de dependência/adicção
Álcool – Estima-se que existam meio milhão de alcoólicos em Portugal.
Drogas ilícitas – Segundo dados do Instituto da Droga e da Toxicodependência indicam que em 2006, 32 460 pessoas participaram em consultas (tratamento ambulatório), principalmente consumidores de heroina (substância opiacea altamente adictiva). Em 2001, 7.8% da população com mais de 15 anos já experimentou drogas.
Gostaria de referir que segundo um relatório anual da Organização Internacional de Controlo de Estupefacientes (OICE) o consumo de substâncias psicotrópicas legais (por ex- benzodiazepinas - tranquilizantes, ansioliticos) é maior em Portugal do que em qualquer outro país europeu à excepção da Irlanda. O OICE é um organismo das Nações Unidas a quem cabe analisar o cumprimento das três convenções da ONU sobre droga, afirma que as razões por trás deste consumo exagerado de drogas legais não são conhecidas pelas autoridades portuguesas.
Tabaco – Existem no nosso país aproximadamente 2 milhões de fumadores. Deste universo, 70% afirma querer largar a dependência mas apenas 10% a 15 % consegue deixar de fumar, segundo números da Sociedade Portuguesa de Pneumologia.
Cafeína – O consumo de café em Portugal per capita, em Portugal, ultrapassa os 10 gr diários, o equivalente a 2 cafés em cada 3 dias por pessoa. Entre 1990 e 2003 , o aumento foi de 18% de acordo com o Instituto de Nacional de Estatística.
Alimentação – A obesidade atingia, entre 2005 e 2006, 16,5% dos portugueses com mais de 18 anos, segundo o Instituto Nacional de Saúde. Algumas estatísticas revelam que os homens (20,8%) sofrem mais deste problema do que as mulheres (16,6%). A anorexia, bulímia nervosa, a ingestão compulsiva e a obesidade, são doenças graves com elevados custos psico-sociais.
Comportamentos Adictivos
Jogo patológico – Somos o segundo país que mais aposta no euromilhões (apenas ultrapassados pela França, com uma população 6 vezes maior que a nossa). Um estudo da empresa de casinos Estoril-Sol calcula que 17 mil portugueses sejam jogadores compulsivos.
Compras (Shopaholics) – não existem estudos adaptados á realidade portuguesa, mas segundo um trabalho da Universidade de Stanford (EUA) indica que a adicção às compras abrange cerca de 8% das pessoas. Nesse sentido em Portugal estima-se que existam 800 mil pessoas.
Adicção ao Sexo – Nos EUA, estima-se que sofram desta adicção 16 milhões de pessoas.
“Em Portugal há mais de 500 mil pessoas viciadas em sexo, na sua maioria homens com idades compreendidas entre os vinte e os trinta. Os dados são relativos a um estudo realizado pelo psicólogo Eli Coleman, professor da Universidade de Minneapolis, no estado do Minnesota, EUA. Coleman é uma referência mundial na área da sexologia.” Referencia: Correio da Manhã
Internet- Pesquisas internacionais revelam que mais de metade dos adictos à Internet também dependem de drogas e álcool e apresentam outros problemas psiquiátricos (ex. depressão, ansiedade ou famílias disfuncionais).
Relações de dependência (dependência emocional associado ao romantismo, à paixão amorosa e co-dependência, por ex. relações entre familiares - mãe e filho dependente de substâncias psicoactivas liícitas, incluindo o alcool e ilícitas ) são designações de patologias observadas em pessoas que desenvolvem relacionamentos disfuncionais geradores de padrões de comportamento compulsivo.
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