quarta-feira, outubro 25, 2017

106ª Dica Arte Bem Viver de 31.03.2013


Olá
Sentimento de posse vs. Sentimento de pertença nos relacionamentos de intimidade.

Nascemos livres e morremos livres. A uma dada altura do desenvolvimento, por exemplo, no início da idade adulta, abraçamos o desafio de seguirmos as nossas próprias convicções, ideais, crenças, necessidades, valores, através da coerência e da integridade, reconhecido pelo nosso próprio cunho/identidade. O desenvolvimento pessoal depende da liberdade de escolha e expressão, mas por outro lado, dependemos de relações significativas; sistema complexo e (des) sincronizado de dinâmicas, enraizados na cultura da família, da comunidade e da sociedade.

O sentimento de posse é o oposto ao sentimento de pertença. Se somos livres, de acordo com os direitos humanos universais, qualquer ser humano não pode ser dominado/controlado pela obsessão do outro. Erradamente, existem tradições que evocam o amor (e o sexo) e a necessidade de se sentir íntimo e especial para alguém através do sentimento de posse; é um mito.

O sentimento de posse é alimentado pela exaltação sofrida, melodramática e os jogos psicológicos de domínio (amor dependente), onde exigimos ao outro a responsabilidade em satisfazer a nossa própria felicidade fantasiosa e as expectativas irreais (vitimização). Isto é, como não conseguimos preencher as nossas próprias necessidades básicas e estar seguros, exigimos ao outro que faça o trabalho por nós; “Se realmente gostas de mim… não deves fazer isto ou aquilo… e/ou tens que fazer aquilo que te peço/imploro senão fico a sofrer por tua causa”. Nestas alturas, fazemos exigências que ninguém pode satisfazer porque são as nossas ilusões e fantasias que alimentam o sentimento de posse. Sabia que a violência doméstica está associada ao sentimento de posse?

O sentimento de pertença reforça os afetos e os limites saudáveis nas relações porque existe a liberdade de ser; é um acordo mútuo, apoiado na confiança, na honestidade e na coesão, onde ambas as pessoas têm a legitimidade à sua individualidade, ao seu desenvolvimento e crescimento. Respeitam os limites e os compromissos do acordo; vivem abertos à mudança, à lealdade, à intimidade e aos desafios do dia-a-dia. As pessoas não permanecem estáticas, pelo contrário, as pessoas mudam e o mesmo acontece aos relacionamentos. É um processo orgânico onde não existem acordos com garantia vitalícia, dependem somente da liberdade. Os parceiros pertencem ao mesmo projeto/relação de intimidade (acordo) porque se revêm nos mesmos princípios, sonhos e objetivos.
Potencie o sentimento de pertença e repudie o sentimento de posse.

Exclusivamente, para si, votos de uma semana livre nos afetos

«O amor tem a virtude, não apenas de desnudar dois amantes um em face do outro, mas também cada um deles diante de si próprio.» Cesare Pavese.

Cumprimentos

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