quinta-feira, outubro 22, 2009
Dependência - Ontem, Hoje e Amanhã
O consumo de drogas ilícitas, tais como a cannabis, heroína, cocaína, e as drogas lícitas tais como álcool e fármacos (ex. benzodiazepinas) podem ter contornos dignos de atenção clínica, quando presentes alguns factores.
Apresentam-se os critérios para a dependência de substâncias, segundo o DSM-IV. A dependência tem um padrão maladaptativo do consumo de uma substância, levando á deterioração ou mal-estar clinicamente significativo, manifestado por 3 (ou mais) dos seguintes itens:
1 - Tolerância – necessidade de aumentar os consumos de uma determinada substância para conseguir o efeito desejado.
2 - Abstinência - vulgo ressaca, privação por cessação ou redução do uso pesado e prolongado de uma determinada substância, causando mal-estar clinicamente significativo.
3 - A substância é tomada com frequência em quantidades maiores ou por um período de tempo maior do que inicialmente se pretendia.
4 - Existe um desejo persistente ou esforços infrutuosos de controlar ou interromper o consumo – perda do controlo.
5 - Dedicar muito tempo em actividades relacionadas com a obtenção da substância, consumo, ou recuperação dos seus efeitos.
6 - Redução de importantes actividades sociais, laborais ou recreativas devido ao consumo da substância.
7 - Uso contínuo da substância apesar da consciência dos problemas psicológicos ou físicos, causados ou exacerbados pelo consumo da substância (Ex. abuso de cocaína provoca depressão ou ingestão continua de álcool apesar de ter uma úlcera).
A compreensão das causas dos comportamentos adictivos que causam a dependência é largamente estudada há vários anos. Trata-se de uma doença biopsicossocial, ou seja, tem influência de factores genéticos, psicológicos e sociais.
Como consequências, estas são regra geral transversais, podendo afectar várias áreas da vida, tais como a pessoal, familiar, financeira, social, profissional, etc.
Na área pessoal, é comum por exemplo, o desenvolvimento de úlceras e aparecimento de doenças (co-morbilidade) como a esquizofrenia que podem ser despoletadas pelo uso compulsivo de determinadas substâncias psico-activas;
Área familiar, poderão haver sucessivas discussões, agressões, negligência dos filhos ou dos afazeres domésticos – disfunção no sistema familiar ex hierarquia e limites;
Área financeira é também, regra geral, prejudicada, podendo variar conforme a substância usada;
Área social, é comum haver uma redução de actividades recreativas e de lazer;
Área profissional, as consequências podem abranger repetidas ausências, ou fraco desempenho no trabalho (absentismo).
Problemas legais são também consequências recorrentes relacionados ao uso/abuso de uma substância psico-activa (por ex., detenções por conduta desordeira, agressões, condução de veículos sob influência da substância).
Apesar de frequentemente nos depararmos com doentes com uma dependência elevada e com repercussões em todas as áreas da sua vida, infelizmente, nem sempre o doente age no sentido da sua recuperação. O factor negação, que corresponde á resistência inconsciente do indivíduo em assumir e ver com clareza os danos causados pelo seu consumo, é o factor preponderante pelo qual o indivíduo não pede ajuda numa fase mais precoce e não toma nenhuma acção no sentido da sua recuperação.
A boa notícia é que, a qualquer momento pode interromper-se este "ciclo vicioso". É aqui que gosto de focar as pessoas que vêm ter comigo. Mais do que procurar as causas, é necessário interromper esta espiral destrutiva e procurar soluções. O primeiro passo para a recuperação é a aceitação do problema, ou seja, reconhecer a dependência. O segundo é pedir ou procurar ajuda especializada.
A partir daí é tudo mais fácil. O degrau mais difícil de subir é sempre o primeiro. A primeira acção é a que tem o grau de desafio maior, pois é a que nos tira da zona de conforto e compromete com novos objectivos. Focados nas soluções e com uma nova atitude, seguimos em frente, passo a passo, com a certeza que não mais vamos abdicar do nosso poder pessoal.
“Se fizeres o que sempre fizeste, obterás o que sempre obtiveste” Anthony Robbins
“Um objectivo sem um plano, é só um desejo” Antoine de Saint-Exupéry
“Até quando deves tentar? Até!” Jim Rohn
Mónica Antunes - Psicóloga Clínica
contacto - monicant@gmail.com
- seja criativo, ouse a diferença, enfrente o desconhecido, saia da sua zona de conforto! Afinal, só se vive uma vez!
- seja criativo, ouse a diferença, enfrente o desconhecido, saia da sua zona de conforto! Afinal, só se vive uma vez!
- damos conta, estamos a fazer mais do mesmo, repetindo-nos em variações subtis daquilo que já vínhamos fazendo. Pense diferente,
Comentario: Agradeçimentos à Dra Monica Antunes pela sua participação no Recuperar É Que Está a Dar e pelo compromisso para com a Recuperação das dependências (adicção). Gostaria de salientar a importancia de todos aqueles, que directa ou indirectamente, estão ligados ao tratamento das Dependencias (Adicção) colaborem na procura de soluções, realistas e eficazes, que melhor se adaptem aqueles que sofrem deste problema - individuo, familia e comunidade. Derivado à complexidade desta doença são necessarios esforços e desenvoler sinergias suficientes para ultrapassar o estigma e a negação associados a este problema de saude publica. A recuperação é possivel. Um grande bem haja à Dra Monica Antunes.
Apresentam-se os critérios para a dependência de substâncias, segundo o DSM-IV. A dependência tem um padrão maladaptativo do consumo de uma substância, levando á deterioração ou mal-estar clinicamente significativo, manifestado por 3 (ou mais) dos seguintes itens:
1 - Tolerância – necessidade de aumentar os consumos de uma determinada substância para conseguir o efeito desejado.
2 - Abstinência - vulgo ressaca, privação por cessação ou redução do uso pesado e prolongado de uma determinada substância, causando mal-estar clinicamente significativo.
3 - A substância é tomada com frequência em quantidades maiores ou por um período de tempo maior do que inicialmente se pretendia.
4 - Existe um desejo persistente ou esforços infrutuosos de controlar ou interromper o consumo – perda do controlo.
5 - Dedicar muito tempo em actividades relacionadas com a obtenção da substância, consumo, ou recuperação dos seus efeitos.
6 - Redução de importantes actividades sociais, laborais ou recreativas devido ao consumo da substância.
7 - Uso contínuo da substância apesar da consciência dos problemas psicológicos ou físicos, causados ou exacerbados pelo consumo da substância (Ex. abuso de cocaína provoca depressão ou ingestão continua de álcool apesar de ter uma úlcera).
A compreensão das causas dos comportamentos adictivos que causam a dependência é largamente estudada há vários anos. Trata-se de uma doença biopsicossocial, ou seja, tem influência de factores genéticos, psicológicos e sociais.
Como consequências, estas são regra geral transversais, podendo afectar várias áreas da vida, tais como a pessoal, familiar, financeira, social, profissional, etc.
Na área pessoal, é comum por exemplo, o desenvolvimento de úlceras e aparecimento de doenças (co-morbilidade) como a esquizofrenia que podem ser despoletadas pelo uso compulsivo de determinadas substâncias psico-activas;
Área familiar, poderão haver sucessivas discussões, agressões, negligência dos filhos ou dos afazeres domésticos – disfunção no sistema familiar ex hierarquia e limites;
Área financeira é também, regra geral, prejudicada, podendo variar conforme a substância usada;
Área social, é comum haver uma redução de actividades recreativas e de lazer;
Área profissional, as consequências podem abranger repetidas ausências, ou fraco desempenho no trabalho (absentismo).
Problemas legais são também consequências recorrentes relacionados ao uso/abuso de uma substância psico-activa (por ex., detenções por conduta desordeira, agressões, condução de veículos sob influência da substância).
Apesar de frequentemente nos depararmos com doentes com uma dependência elevada e com repercussões em todas as áreas da sua vida, infelizmente, nem sempre o doente age no sentido da sua recuperação. O factor negação, que corresponde á resistência inconsciente do indivíduo em assumir e ver com clareza os danos causados pelo seu consumo, é o factor preponderante pelo qual o indivíduo não pede ajuda numa fase mais precoce e não toma nenhuma acção no sentido da sua recuperação.
A boa notícia é que, a qualquer momento pode interromper-se este "ciclo vicioso". É aqui que gosto de focar as pessoas que vêm ter comigo. Mais do que procurar as causas, é necessário interromper esta espiral destrutiva e procurar soluções. O primeiro passo para a recuperação é a aceitação do problema, ou seja, reconhecer a dependência. O segundo é pedir ou procurar ajuda especializada.
A partir daí é tudo mais fácil. O degrau mais difícil de subir é sempre o primeiro. A primeira acção é a que tem o grau de desafio maior, pois é a que nos tira da zona de conforto e compromete com novos objectivos. Focados nas soluções e com uma nova atitude, seguimos em frente, passo a passo, com a certeza que não mais vamos abdicar do nosso poder pessoal.
“Se fizeres o que sempre fizeste, obterás o que sempre obtiveste” Anthony Robbins
“Um objectivo sem um plano, é só um desejo” Antoine de Saint-Exupéry
“Até quando deves tentar? Até!” Jim Rohn
Mónica Antunes - Psicóloga Clínica
contacto - monicant@gmail.com
- seja criativo, ouse a diferença, enfrente o desconhecido, saia da sua zona de conforto! Afinal, só se vive uma vez!
- seja criativo, ouse a diferença, enfrente o desconhecido, saia da sua zona de conforto! Afinal, só se vive uma vez!
- damos conta, estamos a fazer mais do mesmo, repetindo-nos em variações subtis daquilo que já vínhamos fazendo. Pense diferente,
Comentario: Agradeçimentos à Dra Monica Antunes pela sua participação no Recuperar É Que Está a Dar e pelo compromisso para com a Recuperação das dependências (adicção). Gostaria de salientar a importancia de todos aqueles, que directa ou indirectamente, estão ligados ao tratamento das Dependencias (Adicção) colaborem na procura de soluções, realistas e eficazes, que melhor se adaptem aqueles que sofrem deste problema - individuo, familia e comunidade. Derivado à complexidade desta doença são necessarios esforços e desenvoler sinergias suficientes para ultrapassar o estigma e a negação associados a este problema de saude publica. A recuperação é possivel. Um grande bem haja à Dra Monica Antunes.
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