Círculo da adicção: A doença da adicção é influenciada por um conjunto complexo de fatores (neuro-biológicos-psico-sociais), não é um vício (designação moral), falta de força de vontade e/ou característica da personalidade e/ou um ato voluntario. Após décadas de investigação sobre a doença da adicção, não existe no mundo, um programa que garanta a prevenção da recaída, o tratamento ou a recuperação de uma forma totalmente eficaz.
Qual é a diferença entre a recaída e deslize?
Recaída é:
O individuo perde o controlo do seu comportamento após a ingestão de substâncias psicoactivas lícitas, incluindo o álcool, e/ou lícitas; acontece quando é despoletada a compulsão pelo efeito da substância (sensação associada ao prazer). Este tipo de abuso de drogas visa somente a intoxicação e a alienação da realidade. Esta reação complexa, não se pode confundir com o controlo ou a falta dele. Não é o adicto que escolhe perder o controlo e/ou ser adito. Este mecanismo é uma reação da adicção após a ingestão das substâncias psicoactivas lícitas, incluindo o álcool, e/ou ilícitas, isto é, a ingestão da substancia afeta e compromete a forma como o individuo pensa, sente e age. Alguns indivíduos estão mais vulneráveis do que outros a este fenómeno.
Recaída é:
Quando o individuo compreende, reconhece e aceita o conceito de doença (Adicção) e supostamente afirma "Sou um adicto em recuperação, preciso de me responsabilizar pela abstinência, pelo tratamento e recuperação da adicção através das minhas atitudes, comportamentos e caso seja necessário apoio profissional." A fim de um individuo atingir este grau de conhecimento sobre a sua condição (Adicção) são necessários, aproximadamente seis a doze meses, dependendo da motivação para a mudança, do estado clinico do individuo e danos colaterais provocados pela dependência das drogas. Para compreender a adicção, o individuo deve estar abstinente de substâncias psicoactivas, há pelo menos um ano ou mais, por exemplo cinco anos.
Podemos exemplificar através de outra doença cronica. Tal como acontece ao individuo diabético, após sintomas, sinais e exames médicos é-lhe diagnosticado diabetes. É informado sobre a doença, os cuidados, o estilo de vida saudável a fim de manter a doença estável e um estilo de vida saudavel, todavia, o doente decide o contrário, ignora e negligencia o tratamento, agravando o quadro clinico, a este comportamento também podemos considerar uma recaída.
Qual é a diferença entre a recaída e deslize?
Deslize é:
Após um período longo de abstinência, mais de doze meses, o individuo consome substâncias psicoactivas, durante um curto período de tempo (frequência e duração), após este episódio de consumo, consegue retomar a abstinência. Neste caso, podemos considerar que a compulsão não foi despoletada. O individuo conseguiu apoiar-se e fazer uso das suas competências cognitivas (auto critica, sentido de auto eficácia, gestão das emoções – vergonha, culpa, medo, frustração) e recursos (procurou ajuda e fim de interromper a ingestão das drogas). Mais uma vez, como a compulsão não foi despoletada, o deslize, tal como a recaída, não se pode confundir com o controlo ou a falta dele.
Qual é a diferença entre a recaída e deslize?
Deslize é:
Quando o individuo não compreende e ou reconhece o conceito de doença (Adicção). Por exemplo, indivíduos resistentes à mudança de atitudes e comportamentos, que permanecem abstinentes durante um curto período de tempo (ex. menos de 6 meses), mas depois retomam os consumos e depois a abstinência.
Quando pensarmos recaída e ou deslize é preciso de avaliar a história (passado/presente) de vida dessa pessoa (o seu mundo).
Qual é a diferença entre a recaída e deslize?
Não podemos determinar, segundo valores morais, vulgo vicio, o que é a adicção. O que é que significa recaída e ou deslize? Felizmente, hoje em dia, a medicina da adicção permite-nos entender melhor este fenómeno do ponto de vista neuro-biologico, psicológico e social. Faz parte do processo do tratamento da doença, da ocorrência de deslizes e/ou recaídas e recuperação. É normal, existem algumas pessoas vulneráveis e expostas à adicção, à recaída e/ou ao deslize, se for o seu caso, peça imediatamente ajuda, não se esconda atrás do silêncio da negação e ou da vergonha. Você não escolheu ser adicto/a.
Qual é a diferença entre a recaída e deslize.
Conceito de doença da adicção (tradução). Segundo a Sociedade Americana da Medicina da Adicção a adicção é uma doença primária, crónica que interfere e afecta o sistema/estrutura do cérebro responsável pelo prazer, pela motivação e memoria e os circuitos neuronais adjacentes. Sabe-se que uma alteração e disfunção destes circuitos neuronais conduzem ao aparecimento de sintomas a nível biológico, psicológico, social e espiritual no indivíduo, que se refletem na busca e recompensa patológica do prazer e alivio, através do consumo de substâncias psicoactivas (lícitas e/ou ilícitas) e/ou outros comportamentos (exemplo, jogo). Por outras palavras, a Adicção funciona como uma “almofada” perante determinadas situações e adversidades ao longo da vida do indivíduo. A adicção não é um sintoma de outro tipo de patologia.
Qual é a diferença entre a recaída e deslize?
Antes de respondermos a esta pergunta é preciso entender e aprofundar o conhecimento sobre o conceito de doença e de recuperação (ciência e experiencia empírica). É um esforço conjunto entre indivíduos adictos em recuperação, suas famílias e profissionais, e da sociedade em geral.
De acordo com a American Society of Addiction Medicine a adicção é uma doença.
Apesar do consumo de drogas ser um ato voluntário, ninguém escolhe ficar adicto. Apesar das substancias psicoactivas serem adictivas, geradoras de dependência física e/ou psicológica, porque é que umas pessoas consomem drogas/álcool e se tornam adictas e outras pessoas não? Siga o link
http://www.asam.org/research-treatment/definition-of-addiction
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