sexta-feira, junho 08, 2018
121ª Dica Arte Bem Viver de 15.07.2013 (reeditada)
Olá,
Não existem pessoas ou famílias perfeitas, mas existe o dialogo, o perdão e a confiança. Família, a nossa
herança e identidade. A família são pessoas, todas diferentes, que não podemos escolher. Quando
nascemos, existem vínculos que nos unem, como um sistema e ocupamos um
determinado lugar na hierarquia/estrutura (seio familiar). Pressupõe-se que a
família seja um lugar seguro (pertença e reconhecimento) e os vínculos sejam de
confiança, mas na realidade, não existem famílias ou pessoas perfeitas.
Sabia que uma das fontes mais comuns de conflito reside
entre membros da mesma família? Alguns exemplos mais comuns da família
desestruturada; negligencia e abuso emocional, físico, sexual, relacionamento
disfuncional com o dinheiro, incompatibilidade e intransigência nas diferenças
de opinião, de convicções e valores (crenças retrogradas, rígidas,
perfeccionistas e preconceituosas baseadas na vergonha). Entre membros da família, a raiva excessiva e o ressentimento podem conduzir à fúria, à malícia,
traição, à hostilidade, ao segredo e ao ódio e em situações extremas à
violência. Alguns familiares, cultivam um ressentimento de
"estimação" entre si, capaz de durar uma vida inteira.
O que são os problemas na família? Qualquer acontecimento
que afete, um membro da família, imediatamente, afeta todos os outros (sistema
familiar). Por exemplo, se alguém fica doente, quem é que cuida da situação? Se
um membro da família tem problemas com o álcool como é que o sistema familiar
fica afetado? Se um pai discorda da mãe, agressivamente, qual é o papel dos
filhos? Se existe um divorcio, de que forma interfere no sistema familiar?
Sabia que as famílias perturbadas tendem a negar os
sentimentos, principalmente, os dolorosos. A alguns membros da família,
incluindo as crianças, não é permitido exprimir o que sentem, por exemplo a
raiva, a critica, a honestidade, a espontaneidade e sinceridade. No seio
familiar, aquilo que é visto por todos, como um problema, é negado; acrescenta-se,
um novo modelo ou sistema falso de crenças de forma a negar a realidade
dolorosa.
Existem estudos (Lencioni, P – Modelo, 2002) que referem
existir semelhanças nos relacionamentos que possuímos no
seio familiar que transportamos para o grupo/equipa de trabalho; se residimos
num sistema desestruturado familiar, também podemos estar expostos a sistemas
profissionais (grupos, equipas, patrões, etc.) igualmente, desestruturadas; o
papel/os padrões que adotamos na família, são semelhantes aos papeis/padrões
que adotamos no local de trabalho.
Na família desestruturada, a negação da realidade, aliada ao
sistema de crenças e tradições, oculta e retarda o desenvolvimento e o
crescimento dos jovens e das crianças nas áreas fundamentais da sua vida
(Brown, 1986).
Algumas regras negativas no seio familiar, entre adultos e
crianças, que visam alimentar a negação das emoções:
• Não te
zangues, não chores, evita o conflito e faz sempre um ar bem-disposto/a;
• Faz
aquilo que digo e não olhes para aquilo que eu faço;
• Não faças
perguntas;
• Não me
desmintas, tenho sempre razão e tu estás errado;
• Os
assuntos da família, não são para se falarem com pessoas “estranhas” (mesmo que
sejam segredos tóxicos);
• Não
questiones, porta-te bem e faz o que te mandam.
O que é que se pode
fazer para mudar as dinâmicas?
Quais são as tradições e os valores, numa relação de confiança,
entre membros da mesma família? Qual é o alicerce e o tipo de hierarquia que os
mantém juntos - homeostase? Reforce os valores morais universais, a identidade
e cultura do grupo (estrutura, tradições e dinâmicas), assim como, celebre o reconhecimento
individual de cada membro e o sucesso na vida, em conjunto, evitando a adoção
de regras intransigentes, o egocentrismo e perfeccionismo. Em muitas famílias,
desestruturadas, as pessoas não se elogiam ou ficam vulneráveis através de
sentimentos, optam pela critica e resistem à mudança.
Estabeleça rituais e tradições com significado que promovem
a coesão entre os membros da família; assuma os erros, peça desculpa, escute o
outro, faça perguntas em vez de críticas moralistas e dê abraços. Os rituais
como sabe, são atividades repetidas, determinadas, coordenadas com um
significado integrador. Comprometa-se com os rituais integradores, em prol do
grupo. O poder dos rituais reside na repetição e na conjugação de esforços, sem
estas características o ritual torna-se numa mera rotina estéril e amorfa de
significado. Diferenças de carácter, entre pessoas, não é sinonimo de
incompatibilidade; o todo é mais importante que a soma das partes.
Imprima ritmo ao sistema de relacionamentos entre os membros
da família, por exemplo, através do diálogo aberto, da honestidade e a escuta ativa.
A relação que determinamos entre uns e os outros apresenta um determinado
ritmo/dinâmica. O que é mantém as pessoas da família unidas durante gerações? O
sistema de regras e tradições familiares, baseado na confiança, existem de
forma a proporcionar a partilha e a coesão do grupo.
"A personalidade coletiva da família é uma amálgama de
todas as personalidades, subsistemas, papeis e funções que existem, dos
valores, da intimidade (ou falta dela) em que vivem, dos padrões de conduta e
das expectativas, e dos pensamentos e crenças que partilham." - A Família
em Primeiro Lugar, de Phill McGraw
Caso você esteja de férias, aproveite para promover rituais/atividades
que visam reforçar os valores universais, os afetos e a confiança, através do
diálogo e da escuta ativa.
Nota: Considera que esta dica pode ser útil a alguém
familiar ou conhecido? Se a resposta é sim, pode reencaminha-la através de
email.
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