sexta-feira, janeiro 14, 2011
O Exercício físico é uma mais valia garantida (Indoor Cycling)
A modalidade de Indoor Cycling,
surge através de Johnny Goldberg (Johnny G) na década de 80. É
uma de aula de grupo, realizada em ginásios e health club’s em bicicletas
estacionárias com resistência manual e ao ritmo de música, cujo lema adoptado
foi: “As pedaladas mais importantes que podes dar na tua vida são as que direccionas
para ti próprio".
Os praticantes são conduzidos por um instrutor/a,
que vai criando um envolvimento “imaginário”, por ex. rectas, subidas e
descidas, visando a motivação do grupo. Cada participante, ajusta a resistência
da bicicleta, em função da música, imaginando o cenário e tendo em conta as suas
próprias capacidades.
No entanto,
apresentando-se como uma aula de grupo, o Indoor
Cycling não possui grande vocação para responder às exigências e necessidades
individuais dos praticantes sendo a intensidade de esforço, habitualmente,
determinada pelo professor em função do ritmo musical “imposto” (Batimento Por Minuto) e não em função das capacidades e/ou objectivos dos
praticantes (Garganta, 2005).
Desde o seu lançamento,
seguiu-se uma ampla proliferação de programas de Indoor Cycling, alguns deles associados a fabricantes de
bicicletas: TrebiSpin, RPM, Cycle Reebok, Tomhawk, Schwinn Indoor Cycling, Top Ride, entre
outros.
Nas aulas de Indoor
Cycling, existe um planeamento específico do desenvolvimento da capacidade
anaeróbia. A pertinência do treino com componente anaeróbia justifica-se pelo
facto deste ser requisitado, inclusivamente, nas
tarefas do quotidiano, em momentos de realização de esforços de curta duração e
de máxima intensidade, nomeadamente em situações de stress ou lazer onde
subitamente, é necessário fazer uma corrida curta e rápida. Aliás, estudos
recentes têm demonstrado a importância do exercício vigoroso para a saúde,
afirmando-se inclusive que as actividades físicas vigorosas possuem inúmeros
benefícios para a saúde (Jjogaard et al., 2008; Swain & Franklin, 2006).
Este exercício denominado vigoroso (ACSM, 2006) comporta repetições ou séries
de trabalho com predomínio do metabolismo anaeróbio. Não obstante, um dos
problemas que se coloca à utilização de trabalhos de elevadas intensidade advém
da heterogeneidade das classes e principalmente do desconhecimento relativo à
possível falta de aptidão de alguns dos sujeitos para a prática deste tipo de
exercício.
Trata-se de uma aula que
em princípio, possibilita a inclusão de alunos principiantes e avançados, uma
vez que permite um ajuste individual da resistência da bicicleta ao nível de
treino de cada indivíduo. A carga exigida não é o único factor de intensidade,
sendo que a velocidade a que se pedala condiciona também a exigência. Se na
teoria, esta aula é sugerida como adaptável a qualquer pessoa, na prática, isso
nem sempre acontece.
O objectivo principal do Indoor Cycling é o aumento da resistência aeróbia com todos os benefícios
que daí advém em termos de saúde e da resistência muscular dos membros
inferiores. Para além disso, visa apresentar-se como uma modalidade atlética e
motivante para os praticantes, associando as vantagens do ciclismo
estacionário, ao divertimento das aulas em grupo, à motivação das actividades
de outdoor e ao desafio dos
desportos de aventura, como por ex. o trekking.
Esta actividade surge como
uma actividade aeróbia alternativa que visa, através de um programa de treino
contínuo ou intervalado, a manutenção e melhoria da capacidade funcional do
sistema cardiorespiratório, de acordo com o ACSM (2005), o treino com a duração
de 30/45 minutos em média, pode realizar uma actividade com alterações
cardiovasculares significativas.
Gera-se uma experiência cinestésica de pedalar
em ambiente aberto, onde são utilizadas técnicas de visualização para criar uma
viagem virtual, estimulando assim os participantes. Sendo assim, a bicicleta, embora
estacionária pode proporcionar a melhor e maior viagem, pois nela podemos ir
onde quisermos com a nossa imaginação, podemos ser o campeão da montanha, o
camisola amarela na volta à França ou simplesmente passear à beira da praia,
podemos ser quem quisermos.
Bruno
Flávio Ferreira Macieira
Licenciado
em Desporto e Educação Física pela Faculdade de Desporto da Universidade do
Porto (FADEUP).
Coordenador
técnico da modalidade de Indoor cycling no Ginásio da Venda Nova, Rio Tinto, Gondomar.
Instrutor
de cardiofitness, musculação e das modalidades (Indoor Cycling,
Spinning, Rpm, BodyPump, PowerPool, HidroBike, Hidroginástica.) em diversos
ginásios e health club’s na zona do Porto.
Endereço electrónico: bmacieira@gmail.com
Comentário: Desde já os meus agradecimentos ao professor Bruno Macieira pela sua participação neste projecto online, Recuperação dos Comportamentos Adictivos, onde dedico especial atenção à Arte de Bem-viver, da qual o exercício físico é um factor essencial.
Como é do conhecimento geral, o exercício físico, seja em ginásios, Health Club`s ou ao ar livre, contribui para uma estilo de vida saudável (físico e mente). Uma das componente referidas pelo Professor Bruno, no seu texto, que gostaria de destacar no Indoor Cycling, também como praticante, para além do exercício físico, é sem duvida a musica (ritmo) e o espírito de grupo (equipa). Nas aulas de Indoor Cycling, identifico um clima e um trabalho de equipa onde o grupo, como um todo, motiva cada participante a dar o seu melhor, a superar-se na adversidade e a testar os seus limites (resistência física e mental ao esforço). No dia-a-dia, também somos confrontados com problemas e dificuldades da qual precisamos de estar aptos a lidar e a gerir de uma forma construtiva.
Mais uma vez, bem haja Bruno.
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