- Seja inovador. Expresse aquelas ideias que a seu ver são idiotas, “doidas” ou desajustadas. Por vezes são as melhores ideias.
- Confie no seu instituto. Esteja atento à percepção visceral.
- Se não concorda com alguém, expresse o seu ponto de vista e sugira uma solução alternativa construtiva, trabalhe a Assertividade e seja responsável pelos seus actos.
- Evite colocar rótulos ignóbeis e antecipar cenários catastróficos. Viva um dia de cada vez.
- Seja criativo e único. Não copie as ideias maravilhosas dos outros. Não procure conselhos, siga sugestões. Ninguém é perfeito.
- Personalize. Valorize o seu potencial e a espontaneidade. (Re) invente-se e Confie.
- Peça a opinião às pessoas que o podem ouvir (disponíveis) e ajudar a expressar aquilo que deseja, mas que não é capaz de o fazer sozinho (aliados), trabalhe na honestidade sobre sentimentos e pensamentos.
- Procure Ouvir. Seja um ouvinte activo, assim, consegue reflectir e questionar.
- Se identifica um problema na sua vida que não consiga resolver sozinho, peça ajuda. Quando expressamos os nossos problemas com as outras pessoas acontece algo que considero relevante, reflectimos com algum distanciamento sobre os problemas, como se fossemos uma terceira pessoa.
- Faça escolhas e aprenda com os erros, isso é liberdade.
domingo, setembro 12, 2010
Menu de Escolhas - Pensamento Adictivo e o Pensamento em Recuperação
A
Adicção é um fenómeno transversal à nossa sociedade consumista e moralista. Paradoxalmente,
uma parte significativa da nossa cultura limita e restringe o tratamento e a
recuperação da Adicção através de sistemas adaptativos (capacidade de responder ao meio de acordo com mudança de
hábitos) e
cumulativos, (modificações trazidas por
uma geração que passam à geração seguinte) ex. tradições, preconceitos, estereótipos, crenças
que reforçam a negação, a vergonha, o estigma e em último caso a recaída.
Enquanto
crianças, não aprendemos a pensar em lista de opções (Menu Criativo). Aprendemos demasiados Não (s), e
dolorosamente, demasiados "Tens..."
ou "Deves...".
Aprendemos a reagir (acting out)[i] e a negar as emoções
dolorosas e ou depender de pessoas e coisas de forma a satisfazer as
necessidades básicas. Aprendemos a agradar aos nossos pais, às suas
expectativas irreais e exigências relacionadas com o êxito. Aprendemos a
agradar aos nossos professores e a seguir aquilo que está pensado pelos outros
(instituído), antes de nós – o mesmo processo/medida aplica-se a todos. Mais
tarde, procuramos o êxito a qualquer custo através do trabalho e do estatuto
profissional. Aprendemos a tomar decisões já desactualizadas e retrógradas. Aprendemos
a depender e acreditar, única e exclusivamente, em nós mesmos (mito),
quando na realidade passamos a vida a depender de pessoas e coisas. Quando
alguém destemido e aventureiro mostra intenção de investigar, explorar novas
ideias e caminhos colocam-se rótulos insólitos, como se tratasse de um “vírus” ao status familiar e/ou cultural. Aprendemos a pensar mais naquilo que
os outros pensam e dizem (sobre nós
mesmos) e como devemos sentir, ao invés de explorar e reinventar as nossas
próprias escolhas e Rumos – através do potencial individual e colectivo
(humanidade).
Se
não existe um ser humano igual ao outro, porque é pensamos e cometemos os
mesmos erros, ao longo de gerações? Atribuímos erradamente, os falhanços à
herança genética. Parece que fazemos as mesmas decisões moralizadoras, sem
outras opções. Utilizando uma metáfora, vivemos dentro de uma “Caixa”, repleta de preconceitos,
estereótipos, julgamentos, falsas expectativas e tabus. Dentro da “Caixa - salve-se
quem puder”, evoca-se o êxito, para se coroar a incompetência, a
injustiça e a arrogância. Afinal não é nada daquilo que aprendemos quando
crianças. O mundo dos adultos é uma “Caixa”.
Acabamos confusos, desorientados, assustados e isolados (crise social), em
alguns casos presos à adicção.
As Mudanças (Menu
Criativo)
Existe
um fenómeno identificado no pensamento do indivíduo adicto, todavia não é exclusivo
dos indivíduos adictos, descrito como pensamento distorcido (raciocínio, lógica
adictivo) associado à (des) ilusão, o auto-engano, a auto-decepção na
progressão da Adicção. Este raciocínio reforça o agir nos sentimentos e
comportamentos associados ao prazer imediato, alteração do humor e nega a
realidade da doença (consequências adversas). A obsessão e compulsividade identificadas
nos comportamentos adictivos são caracterizadas pela preocupação intensa e
constante em ideias irracionais que reforçam o sistema do pensamento distorcido
(ciclo vicioso).
Durante
a progressão da Adicção (perda do controlo e da incapacidade de interromper o comportamento
repetitivo) o indivíduo está exposto às pessoas (família, amigos, e colegas)
que reflectem (feedback) essa necessidade de mudança derivado
às consequências negativas, ex problemas de saúde, financeiros, familiares
e profissionais. Em alguns casos, dependendo da gravidade da Adicção (doença),
é exigido uma mudança imediata, profunda e consistente. Entretanto, os efeitos
negativos da doença reforçam, afectam e limitam essas escolhas, não só no
indivíduo mas nas pessoas significativas. Quando se parece preparado para
mudar, fica-se paralisado e ambivalente. Fica-se apanhado numa rede. A família
fica preocupada porque algo não está bem. Os amigos/as acham estranho e
comentam entre si. No trabalho, a performance e o rendimento ficam aquém das
competências e isso afecta o relacionamento entre colegas. Sem uma consciência
elevada e honesta sobre a Adicção (doença), ficamos limitados nas escolhas,
cometem-se os mesmos erros sucessivamente ao longo de meses e anos,
acompanhados pela ansiedade e a frustração (medo, raiva, sentimento de culpa e
vergonha). Acaba por ser um modo de vida, incompreendido. É urgente fazer
adaptações em função do Rumo que escolhemos, independentemente das
contrariedades, incluindo aqueles que estão envolvidos directa e/ou indirectamente.
Da Ambivalência à Mudança,
um processo dinâmico
A
Recuperação dos Comportamentos Adictivos envolve objectivos e mudanças. Mudanças
de atitudes e comportamentos que coincidam e sejam coerentes e realistas com
valores morais individuais, sociais e espirituais, não religioso. Essas
mudanças podem ser subjectivas (intencionais) e/ou objectivas (concretas),
todavia o processo é consistente e gradual. Ninguém muda de um dia para o
outro. A experiência adquirida, ao longo do tempo, é aliada à monitorização individual,
aprendizagem e à responsabilização (valores morais) permitindo uma estabilidade
almejada. O indivíduo é o principal agente de mudança (motivação) valendo-se do
potencial complexo ao seu dispor (relacionamentos significativos, ex. mentores,
família, profissionais, amigos genuínos). Como já foi referido, a intenção para
a mudança activa pode ser bloqueada pelo medo do desconhecido, da ambivalência,
do pensamento distorcido, e resguardamo-nos da verdade, na negação e no
isolamento.
Em
Recuperação, após o processo destrutivo da Adicção ser diagnosticado,
elabora-se um Plano concreto, coerente e o mais honesto possível, de
preferência com ajuda de outra (s) pessoa (s). Este plano é o estímulo e o ampliar
da motivação em acção, considerado o ponto de partida (A) para a mudança (B). Para onde deseja ir e como se orienta? O
apoio e a orientação de recursos são vitais (pessoas, instituições) visto as
opções de grupo serem amplas através de pessoas comprometidas e de confiança. “
Duas cabeças pensam melhor do que uma”.
Quando estamos confusos e ambivalentes em relação à mudança de comportamentos, podemos
ser os nossos piores “conselheiros”. A
lucidez de ideias e a consciência encontram-se turvas. Precisamos das
competências de orientação.
Para uma Recuperação
duradoura é essencial sair fora da Caixa (Menu
Criativo)
Recuperar
dos comportamentos adictivos consiste em identificar barreiras e ao mesmo
tempo, confeccionar escolhas saudáveis com base na Arte de Bem Viver, adquirir competências
e conhecimentos suficientemente inovadores e eficazes, sem restrições na expressão
e liberdade de escolha. Convém acrescentar que existe a limitação
bio-psico-social perante uma doença altamente complexa, seja no diagnóstico, no
tratamento e na Recuperação duradoura. Não basta
intenção, é preciso compromisso. Em alguns casos a recaída é um sintoma da
doença, onde o indivíduo e a família assimilam (informação adicional) a
incapacidade de controlar e/ou aceitar a impotência “A necessidade aguça o engenho”.
Ao
longo da vida aprendemos o que está certo e o que está errado. Sabemos muito
bem. Entretanto, só comprovamos que precisamos de mudar quando questionamos e
apercebemos de que aquilo que nos proporcionava prazer ou bem-estar, afinal
começa a produzir desconforto, e em última instancia sofrimento. Podem ser
substancias, comportamentos e pessoas; são afinal um reforço negativo à
motivação para a mudança.
Algumas dicas para
ser diferente nas escolhas para a Recuperação Duradoura
[i] Acting
Out – Esta expressão é utilizada, nos EUA, desde meados dos anos 90. A tradução
em português significa um comportamento específico em que o indivíduo age nos
seus sentimentos dolorosos e intensos. Podem reflectir a expressão de
sentimentos inconscientes, o indivíduo não expressa verbalmente estas emoções. Segundo
o Dr. Geoff Colvin descreve as fases do comportamento Acting Out: 1. Calma. 2. O indivíduo reage a um estímulo (trigger). 3. Agitação. 4. Escalada
de emoções 5. Atinge o pico e (Re)age
(comportamento). 6. Desaceleração
das emoções desconfortáveis. 7. Recuperação.
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