quarta-feira, fevereiro 22, 2012

Doença ou comportamentos marginais?


A doença da adicção permanece um problema de saúde complexo, todavia só nos últimos vinte anos foi possível, graças à investigação nos EUA, compreender uma parte muito significativa do problema.

A adicção afecta a saúde do indivíduo, da família, incluindo das crianças, a qualidade de vida e o trabalho.  
Ninguém escolhe ser doente (adicto/a). Não é um acto voluntario.
Ser adicto/a não significa ser marginal, ser fraco, “ovelha negra”, ser diferente e anormal (estigma e negação).  

Através do tratamento é possível interromper a progressão da adicção, permitindo assim ao indivíduo, responsabilizar-se pela sua recuperação. Todavia, tal como acontece com outro tipo de doenças crónicas é possível haver recaídas e deslizes.

Conceito actualizado sobre a Adicção (Dependências)
Segundo a Sociedade Americana da Medicina da Adicção[i] a adicção é uma doença primária, crónica que interfere e afecta o sistema/estrutura do cérebro responsável pelo prazer, pela motivação e memoria e os circuitos neuronais adjacentes. Sabe-se que uma alteração e disfunção destes circuitos neuronais conduzem ao aparecimento de sintomas a nível biológico, psicológico, social e espiritual no indivíduo, que se reflecte na busca e recompensa patológica do prazer e alivio, através do consumo de substâncias psicoactivas (lícitas e/ou ilícitas) e/ou outros comportamentos (exemplo, jogo). Por outras palavras, a Adicção funciona como uma “almofada” perante determinadas situações e adversidades ao longo da vida do indivíduo.


Ainda não é possível detectar, com exactidão, quando e como o individuo despoleta a adicção, visto estarmos perante um problema extremamente complexo e multidimensional. Não existe uma solução simples, cada caso é um caso, mas através dos avanços na ivestigação e da experiencia empírica é possível haver progressos no tratamento e na recuperação.

Alguns sintomas da adicção
Comportamentos repetitivos (compulsão na busca da recompensa e do alivio da tensão/desconforto físico e/ou psicológico no individuo) pode ser substâncias lícitas, incluindo o álcool, e/ou ilcítas ou comportamentos exemplo o jogo.
Pensamentos irracionais (falácias e erros cognitivos) e comportamento impulsivo
Craving (desejo intenso e busca do alivio e recompensa seja substâncias psicoactivas lícitas e ilícitas e/ ou comportamentos)
Memórias eufóricas
Manter o comportamento problemático apesar das consequências adversas
Perda do controlo e negligencia as obrigações familiares, incluindo as crianças, e sociais.
Alguns indivíduos adictos a substâncias lícitas, incluindo o álcool, e/ou ilícitas (drogas) podem desenvolver outro tipo de adicção a comportamentos (exemplo; jogo, distúrbio alimentar).
Através do tratamento é possível interromper a progressão activa da adicção e proporcionar ao indivíduo adicto competências e recursos necessários para uma vida digna e recompensadora, a que podemos designar de recuperação.

O que é que significa Recuperação?
Recentemente, a agência federal norte americana SAMHSA (Substance Abuse Mental Health Services Administration), após consulta com os parceiros sociais, definiu o conceito de recuperação da adicção da seguinte forma:  
“Um processo de mudança através do qual as pessoas prosperam e melhoram a sua saúde e o seu bem-estar, de uma forma auto-suficiente, na busca do seu pleno potencial.”

Se você é adicto/a ou membro de família em vez de permanecer doente e isolado está na hora de mudanças na sua vida, Recuperar É Que Está A Dar.




[i] Siga o link da Sociedade Americana da Medicina da Adicção (ver definição)


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